Definitivamente em crise!
De valores, claro. Estes, os valores, a montante de tudo o resto.
Sinceramente não sei se Portugal com esta gente tem remédio, parafraseando a lucidez do pensador actual, Medina Carreira.
Não há pachorra para tanta pouca vergonha, ou falta dela!
Assistimos a processos ignóbeis, a procedimentos inqualificáveis de alguns que se tivessem um pingo de vergonha e creiam-me que não têm, vão por aí, ainda, passando incólumes.
Mas nós sabemos que valem, coisa nenhuma! Não valem.
Nesta crónica não abordo, por decência e bom gosto o comportamento de menores que o tempo se encarregará de tratar… São minudências sem tratamento!
Não obstante, não posso deixar de realçar a pouca vergonha de um candidato a deputado por Aveiro, Paulo Portas de seu nome, que afinal é um representante bem-falante, mas demagogo, para não dizer palavra de quem não diz verdade!
Se vivêssemos num país, conservador, de direita e com uma cultura de exigência, no género da ”pose” que ele pretende dar, há muito que o mesmo estaria em outra actividade!
Na política, não!
Um conservador valoriza os valores perenes de verdade, de seriedade e de competência.
Não vota uma coisa e afirma o seu contrário.
Num país com uma “media” exigente e uma opinião pública bem formada, depois da sua prestação com José Sócrates, quando foi apanhado a mentir teria no mínimo como saída, o despedimento definitivo!
Então o deputado Portas vota uma coisa e defende o seu contrário?!
E nada se passa?
Enche o peito na defesa de uma concepção de segurança no Parlamento na sua aprovação e vem dizer coisa oposta cá para o burgo?
Nós que o conhecemos, não estranhamos?
Já o vimos dizer que o Jaguar de 1998 o comprou em momento de crise existencial e, afinal a história era outra!
Já o vimos dizer que iria embora e afinal nunca de lá saiu!
Já o vimos dizer que nunca exerceria um cargo político remunerado, porque engorda! E recordamos o triste episódio do insulto a Lucas Pires e em directo na TV.
Já o vimos dizer ser um institucionalista, querendo entrar de braço dado com dois Britos, o José Luís e o Miguel no Congresso de 98 em Braga. Um que significava a tradição o outro a modernidade.
Que trapacice!
Um institucionalista que utiliza todos os meios para permanecer nas bordas de um ilusório poder.
As pessoas, julgo eu já não se deixam enganar por alguém que fala pelos militares sem nunca ter sentido a honra de pertencer a esta casta da Nação; fala da família realidade que não conhece de todo; do quotidiano como se ela fosse a realidade psicadélica que Miguel Esteves Cardoso tão bem retrata.
Fala, fala, fala mas, não nos diz nada!
Ou, como ele bem se vê quando afirma que o bloco central é uma coligação de aflitos e, dizemos nós, se lhe propuserem uma, ele de forma aflitiva diz SIM, levem-me convosco eu quero é ser ministro…
Haja bom senso não se vote nesta gente!
Publicado no DM 04.09.09